segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ficções - A Biblioteca de Babel.

         
          Ficções é uma compilação de contos que engloba dois livros diferentes, tendo sido uma das publicações que mais contribuiu para o impacto a nível internacional de Jorge Luis Borges. Os temas centrais da sua obra, tais como a distinção da realidade da percepção da realidade, a infinidade, o tempo e a memória, são perfeitamente identificáveis nas peças aqui incluídas.     
           A biblioteca de babel é o relato de um indivíduo sobre o universo em que vive, ou seja, uma enorme biblioteca cujo real tamanho é desconhecido. Pensa-se até, no conto, que a biblioteca seria infinita. A biblioteca é composta por inúmeros hexágonos, incluídos em incontáveis andares, cada um contendo diversas estantes de livros. Os livros na biblioteca não apresentam uma ordem aparente, sendo eles dos mais diversos assuntos, nas mais diversas línguas e alguns deles, até ilegíveis.
          Os habitantes dessa biblioteca procuram, durante suas vidas, um significado para a existência da biblioteca, da ordem e do conteúdo dos livros. Angustiados por um ambiente injustificado, misterioso e confuso, o narrador do conto afirma até que se suicidam por não conseguirem encontrar significado nos livros da biblioteca. Entende-se que o conto é uma alegoria do mundo humano. A biblioteca seria o espaço/tempo em que a humanidade vive e cada livro representaria todo o conhecimento dos homens, todas as informações já registradas, todas as histórias de todos os indivíduos de todos os tempos.
            O conto se trata de uma relação que a sociedade estabelece com a palavra escrita: a relação de que a palavra foi escrita para ter um significado, um sentido, e por isso apresenta alguma coerência. O narrador do texto ressalta essa relação quando fala de homens que ficaram loucos buscando analisar e compreender os livros da biblioteca, procurando encontrar uma verdade absoluta ou divina neles. Interpretando essa passagem sob a perspectiva do caráter alegórico do conto, entendo que não se encontra sentido em toda a palavra escrita, em todo o mundo, em todo o universo. 
          Algumas coisas do nosso mundo fogem a qualquer tentativa de lhes impor significado, como ocorre com os livros da biblioteca, e homens perdem a razão tentando lhes impor sentido.

Por Bianca Oliveira 

3 comentários:

  1. Há coerência com a proposta ,mas ao menos um conto do livro necessita ser resumido e comentado.Aguardo.

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  2. Linguagem bem coerente e trabalho de acordo com a proposta, mto bom.

    Daniel Sousa

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